O RESGATE DA
HISTÓRIA DO BAIRRO ILDO MENEGHETTI
Foto do Sr. Pedro Neckel (in memorian), retirada de um jornal local, da cidade de Três Passos datado em 30/11/1995 p. 7. Na ocasião o mesmo postava para fotos com reportagens do Bairro Ildo Meneghetti.
Srª Anuncia Herminda Otto, também uma das pioneiras do bairro e que reside na mesma casa desde a criação deste.
Hidráulica dqu serviu de abastecimento de água para o Bairro e também para a Brigada Militar, ao fundo casa das máquinas, da referida hidráulica.
Foto da base que sustentava a caixa d’água, restou somente a base pois a caixa d’água foi desativada.
Esta imagem representa como era mais ou menos a caixa d’água do Bairro Ildo Menghetti, esta está localizada dentro do Parque da FEICAP, que fica próximo ao bairro.
Foto com vista aérea do Bairro Ildo Meneghetti, com data de janeiro de
1994.
O bairro surgiu
com a implantação do quartel da Brigada Militar, fato que fez surgir a
necessidade de moradias. Como na época quem governava o estado era Ildo
Menghetti, o nome foi dado em sua homenagem. Foi no seu governo que aconteceram
as doações das 55 casas para a formação da vila. Na época o prefeito em
exercício era Alcides Braun. A construção foi iniciada em 1965 e concluída em
1966.
Os
primeiro moradores não tinham luz nem água. Pedro da Cruz Neckel e Pedro Dielo,
os pioneiros, só obtiveram estes benefícios um ano depois. Além destes, outros
pioneiros ainda residem no bairro como a senhora Anuncia Herminda Otto e a
esposa do senhor Ronaldo Henrique Grun, Srª Eliza Christ Grün.
Foto do Sr. Pedro Neckel (in memorian), retirada de um jornal local, da cidade de Três Passos datado em 30/11/1995 p. 7. Na ocasião o mesmo postava para fotos com reportagens do Bairro Ildo Meneghetti.
Foto com uma das
pioneiras a Srª Eliza C. Grün, quando da entrega das escrituras aos moradores
do Bairro. Em conversa com a Srª Anuncia Herminda Otto, esta informou que a Srª
Eliza encontra-se acamada e debilitada por problemas de saúde. Data do jornal
13/07/2002.
Srª Anuncia Herminda Otto, também uma das pioneiras do bairro e que reside na mesma casa desde a criação deste.
Conversando com o Sr. Roque Otto, filho da Srª Minda
(Herminda), o mesmo informou que quando ainda não havia saneamento básico como
água, esta advinha da propriedade do Sr. Emílio Studer “As valetas para a
canalização foram abertas, a pás e picaretas, por servidores braçais da
prefeitura e soldados do 7° BPM, já que a municipalidade, na época, não possuía
maquinário adequado para tal fim. A Brigada Militar, que também enfrentava
problemas com a falta de água, a partir de então passou a ser abastecida, como
a Vila Popular, pela fonte de água “do potreiro do seu Emílio”. A CORSAN
encampou o serviço praticamente 10 anos depois.”. (Jornal Aqui Hoje,
30/nov/1995, pg. 7).
Hidráulica dqu serviu de abastecimento de água para o Bairro e também para a Brigada Militar, ao fundo casa das máquinas, da referida hidráulica.
Foto da base que sustentava a caixa d’água, restou somente a base pois a caixa d’água foi desativada.
Esta imagem representa como era mais ou menos a caixa d’água do Bairro Ildo Menghetti, esta está localizada dentro do Parque da FEICAP, que fica próximo ao bairro.
Uma
das casas que ainda preserva sua arquitetura parecida com a original, todas as
casas sofreram alguma modificação ou ampliação
A segunda etapa de
construção do bairro se deu à necessidade ainda maior de moradias. Ela
aconteceu durante a administração municipal de Renato José Oppermann. A
administração encaminhou um projeto à COHAB, reivindicando mais moradias
populares. O pedido foi atendido e o município recebeu uma verba para a
construção de mais 55 moradias. Havia mais de 100 familias inscritas, sendo as
casas disponíveis sorteadas. A entrega ocorreu em 1980, durante o governo do
Presidente João Batista Figueiredo.
Esta casa foi
utilizada como a “casa modelo” quando da entrega da segunda etapa das casas do
bairro.
Também o senhor Nestor Weschenfelder, morador desde 1980, sempre
teve participação ativa nos acontecimentos do bairro e foi um dos líderes do
bairro por vários anos, citando que teve muito trabalho para chegar ao que o
bairro é hoje. Contou-me que quando houve a entrega destas 55 casas populares,
todos estavam empolgados e a expectativa era grande em relação à entrega pois
era pelo sistema COHAB e ainda tinha um sorteio. Após os moradores
instalarem-se em suas casas, onde já havia água encanada e luz elétrica,
precisaram construir melhores ruas pois elas eram apenas trilhos. Sendo que o
calçamento não demorou a chegar melhorando a qualidade de vida dos
moradores.Também comentou que quando efetuaram a entrega das casas a empresa
que construiu as mesmas estava por falir, causando insegurança quanto à entrega
das mesmas, mas esta aconteceu sem imprevistos, o que aconteceu alguns anos
após a entrega foi que as aberturas estavam completamente podres, onde os
moradores organizaram-se e estas foram trocadas, foram 2 portas e 3 janelas novas para
cada casa, tanto que hoje permanecem em sua maioria.
Nestor
Weschenfelder e sua esposa, em frente a sua casa, a qual mantém parte da
arquitetura original.
O aumento da vila
gerou a necessidade de uma escola mais próxima, que evitasse o deslocamento até
o centro. Mas antes do surgimento do prédio da Escola Municipal de Primeiro
Grau Incompleto Ildo Menghetti, em 1982, os moradores fundaram uma em uma casa
particular. O aluguel era pago pelos pais, e os professores cedidos pelo
município. Funcionavam, nestas condições, apenas duas classes. Os professores iniciantes na escola foram:
Ursula Sieg e Maria de Fátima Marques. Ambas lecionavam anteriormente na casa
do senhor Alfredo Santana. O decreto municipal número 12/82 oficializou a
criação da escola. O prédio foi entregue à comunidade em 18 de abril de 1983.
Estavam matriculados 35 alunos de primeira e segunda séries, mais o
pré-escolar. Conta ainda o Sr. Roque Otto, que conforme iam surgindo mais
crianças e estas avançando nas séries escolares, a escola ia sofrendo
modificações até chegar ao prédio onde funciona atualmente.
Foto atual, pois não dispunham de foto antiga, esta
é uma das primeiras casas construídas na Avenida Costa e Silva, as casas eram
“germinadas”,ou seja, juntas uma à outra, foi nesta casa do Sr. Alfredo Santana
(in memorian) que funcionou a escola
do Bairro, antes de construírem o prédio da mesma.
A primeira professora Ursula Zieg e o aluno Giovane da
Silva, fora da sala de aula, sendo esta junto ao Parque da FEICAP, antes ainda
de funcionar na Casa do Sr. Alfredo Santana, data de 1983.
Primeira turma de alunos da Escola
Ildo Meneghetti, também quando esta funcionava no parque da FEICAP. (1983)
Primeiro Desfile da Escola Ildo
Meneghetti, em comemoração a Semana da Pátria. (1983).
Vista atual do Prédio da Escola Municipal de Ensino Fundamental Ildo Meneghetti.
A Associação de moradores surgiu pela necessidade de um
problema ocasionado pelos altos juros cobrados no financiamento das casas,
primeiro a associação estava ligada à praticamente todos os bairros, chamava-se
ASMUTE, associação dos mutuários, após alguns anos, fundaram a Associação do
Bairro Ildo Menghetti, meados de 1991 e através desta associação conseguiram
baixar os juros e perdoar 3 anos de financiamento das casas, tudo graças à
união que existia entre as pessoas.
Vista do Salão da Associação de Moradores.
Igreja do Bairro,
construída através dos esforços dos moradores
Srª Nadir Kloss, moradora à 30 anos no
Bairro, seus 3 filhos estudaram na escola Ildo Meneghetti, salientou que o que
falta para o bairro é uma praça de lazer para as crianças brincarem nos finais
de semana.
Sr. Roque Otto, o qual já havia feito
um resgate histórico do bairro, sendo possível através dele a construção deste
museu por possuir grande parte das informações que aqui se encontram, os seus
rascunhos foram parar no Livro MEMÓRIAS I, publicado em dezembro de 1996.
Após realizar a pesquisa no Bairro Ildo Meneghetti,
percebi o quanto é importante o resgate da história, seja ela de uma pessoa ou
de determinado local, e pude concluir o meu trabalho com êxito, graças a ajuda
que tive dos moradores que ali residem, não medindo esforços, em contar um
pouco do que sabiam sobre o passado daquele lugar, dispondo-se a ir e mostrar
os locais onde antigamente eram habitados por outras pessoas, mostrando como
tudo mudou, e não importando-se em deixar o sossego do seu lar e também
perdendo um pouco do final de semana que ainda restava. Agradeço a todos que
colaboraram.
Referências Bibliográficas:
GRAFITTI, Luis Gustavo. Três Passos: Imigração e Colonização. Ijuí: (s.n.) 2004.
SACHETT, A.A; Volkmann E. C.; et.al. “Memórias”I… de Três
Passos e Municípios Descendentes. Três Passos. Sedigraf. Dez/1996.
Prefeitura Municipal de Três Passos. Três Passos: a história da
comunidade contada por sua própria gente. 1988. p. 119-120.